domingo, 29 de janeiro de 2017

Pónei da Terceira


Pónei da Terceira

É 4ª raça portuguesa




A quarta raça de cavalos em Portugal é terceirense. O Pónei da Terceira foi finalmente reconhecido como raça autóctone. Para trás ficam 14 anos de trabalho. 

Só existem quatro raças de cavalos em Portugal.
 Uma delas é o Pónei da Terceira, que, segundo Artur Machado,
 tem potencial nas escolas de equitação.



"É a quarta raça do país, é uma raça açoriana, mas acima de tudo é uma raça da ilha Terceira", salientou, Artur Machado, investigador do Centro de Biotecnologia dos Açores, que liderou o processo, numa conferência de imprensa na Câmara Municipal de Angra do Heroísmo. 

O pedido de reconhecimento da raça ocorreu há cerca de dois anos, mas o trabalho de recuperação dos animais com as caraterísticas do Pónei da Terceira foi iniciado há 14 anos. 

Segundo Artur Machado, numa primeira fase foi feito um levantamento dos animais existentes na ilha, depois foi selecionado um grupo de animais que correspondiam às caraterísticas típicas do Pónei da Terceira e antes de ser pedido o reconhecimento houve um aumento do efetivo.
Atualmente existem, pelas contas do investigador, 118 Póneis da Terceira, sendo que só na Universidade dos Açores estão 54 e seis foram exportados para o continente, numa tentativa de divulgação da raça. 

O que distingue o Pónei da Terceira como raça é o facto de se assemelhar morfologicamente a um cavalo, mas ter a dimensão de um pónei.  

Para Artur Machado, "é o cavalo ideal para o ensino de equitação para as classes mais jovens", mais precisamente entre os 6 e os 10 anos."Um dos nossos primeiros objetivos é tentar arranjar um profissional que possa realmente explorar a qualidade da equitação desses animais ", revelou, salientando que em dezembro de 2013 os póneis da Terceira alcançaram vários prémios numa competição nacional.


Exportação para a Europa

Segundo o investigador da Universidade dos Açores, há também interesse na aquisição destes póneis na Europa, mas ainda é cedo para avançar com a exportação. 



"Há interesse, haveria possibilidade, mas temos ainda de criar uma maior sustentabilidade do ponto de vista genético do próprio efetivo", frisou, considerando que é preciso primeiro "consolidar a produção na ilha". 

Por sua vez, Paulo Caetano Ferreira, presidente da Associação de Criadores e Amigos do Pónei da Terceira, salientou que é uma "honra" para a ilha Terceira ter uma das quatro raças de cavalos de Portugal, destacando também a importância económica. 



"Estes póneis têm valores muito altos no mercado europeu. Quando for possível exportá-los, vendê-los, com certeza se há-de fazer algum dinheiro aqui na região", frisou. 

Para Artur Machado, mais do que garantir a sustentabilidade da raça, este reconhecimento vem também salvaguardar um património transmitido por gerações anteriores. "É preciso não esquecer que este cavalo fez parte do quotidiano dos terceirenses. Era ele que trabalhava as terras, era ele que trazia o peixe à cidade, era ele que servia de transporte. Foi um animal que teve uma participação ativa no desenvolvimento da ilha", sublinhou.

In DI (29-JAN-2014)